Obrigatoriedade dos Trabalhadores Autônomos Recolherem INSS

No Brasil, milhões de profissionais atuam como autônomos, prestando serviços sem vínculo empregatício. Apesar da liberdade, muitos ainda têm dúvidas sobre obrigações fiscais e previdenciárias, principalmente sobre o recolhimento do INSS.

Neste artigo, você vai entender se o trabalhador autônomo é obrigado a pagar o INSS, como funciona o cálculo, quais os riscos de não recolher e quais benefícios essa contribuição garante.

O Que é um Trabalhador Autônomo?

O trabalhador autônomo é aquele que exerce atividade por conta própria, sem vínculo empregatício, assumindo os próprios riscos da sua atividade. Ele presta serviços diretamente para pessoas físicas ou jurídicas.

Alguns exemplos são médicos, psicólogos, dentistas, advogados, eletricistas, designers, consultores, entre outros.

Autônomo É Obrigado a Contribuir para o INSS?

Sim. O recolhimento do INSS é uma obrigação legal de todo profissional que exerce atividade remunerada de forma autônoma. Essa exigência está prevista na Lei nº 8.212/1991, que regulamenta o custeio da seguridade social.

Portanto, qualquer pessoa física que trabalhe por conta própria precisa contribuir para garantir acesso aos benefícios previdenciários.

Base Legal que Torna Obrigatório o INSS para Autônomos

A obrigatoriedade é respaldada por:

  • Lei nº 8.212/1991 – Custeio da seguridade social;
  • Lei nº 8.213/1991 – Planos de benefícios da Previdência;
  • Decreto nº 3.048/1999 – Regulamento da Previdência Social.

Essas normas deixam claro que o autônomo, enquadrado como contribuinte individual, deve recolher suas contribuições de forma obrigatória.

O Que Acontece se o Autônomo Não Contribuir?

Deixar de pagar o INSS gera diversos riscos:

  • Perda dos benefícios previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte.
  • A Receita Federal pode cobrar retroativamente os valores não recolhidos, com juros, multa e correção.
  • As multas podem chegar a 75% do valor devido, podendo dobrar para 150% em casos de fraude.
  • Inscrição na Dívida Ativa da União, com risco de bloqueios, protesto em cartório e até penhora de bens.

Além disso, o profissional pode enfrentar dificuldade para comprovar tempo de contribuição na hora de se aposentar ou solicitar qualquer benefício.

Fiscalização da Receita Federal e as Pesadas Multas para Quem Não Recolhe o INSS

A Receita Federal utiliza tecnologias avançadas para cruzamento de dados e identifica rapidamente autônomos que não recolhem o INSS.

As principais fontes de informação são:

  • Declaração de Imposto de Renda (Carnê-Leão);
  • Notas fiscais eletrônicas emitidas;
  • Declaração de serviços médicos (DMED);
  • Movimentações bancárias incompatíveis com a renda declarada;
  • Informações repassadas por empresas contratantes.

Quando é identificado que um autônomo possui renda declarada e não realizou os recolhimentos, a Receita emite uma cobrança com os valores devidos, acrescidos de:

  • Multa de 75%, podendo chegar a 150% em casos de fraude;
  • Juros pela taxa Selic;
  • Correção monetária.

Além disso, o CPF pode ser inscrito na Dívida Ativa, o que traz consequências como restrição de crédito, bloqueio de contas bancárias e penhora de bens.

Como Funciona o Cálculo do INSS para Autônomos?

O cálculo do INSS é feito sobre a remuneração mensal recebida pelo profissional. As alíquotas são:

  • 20% sobre a base de cálculo: modalidade completa, dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição e todos os benefícios.
  • 11% sobre o salário mínimo: modalidade simplificada, dá direito à aposentadoria apenas por idade e benefícios básicos.
  • 5% sobre o salário mínimo: exclusivo para MEI, com cobertura limitada.

Exemplo prático: se um autônomo faturou R$ 4.000,00 no mês, e opta pela alíquota de 20%, o valor do INSS será de R$ 800,00.

Quando o Serviço É Prestado Para Pessoa Jurídica

Se o autônomo presta serviço para uma empresa, essa empresa deve reter 11% do valor bruto pago e recolher para o INSS.

Porém, esse desconto não dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição. O profissional, se desejar esse benefício, deve complementar com mais 9%, totalizando os 20%.

E o Carnê-Leão? Qual Sua Relação com o INSS?

O Carnê-Leão é a obrigação mensal do Imposto de Renda para quem recebe de pessoa física. Embora não seja diretamente ligado ao INSS, serve como fonte de cruzamento de dados pela Receita Federal.

Se um profissional informa rendimentos no Carnê-Leão, mas não há recolhimento de INSS sobre esses valores, isso pode gerar fiscalização e cobrança.

Cruzamento de Dados Pela Receita Federal

O sistema da Receita cruza informações de várias fontes:

  • Imposto de Renda: verifica se há INSS compatível com os rendimentos declarados.
  • Notas fiscais: observa se o profissional está recolhendo sobre os valores faturados.
  • Movimentação bancária: pode ser usada para identificar incompatibilidades.
  • DMED: para profissionais da saúde, os dados são repassados diretamente pelas operadoras de saúde.

Quando há inconsistência, a Receita pode gerar cobrança automática, sem necessidade de fiscalização presencial.

Quais os Benefícios de Contribuir ao INSS?

Além de evitar multas e problemas com a Receita, o pagamento do INSS garante acesso a:

  • Aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição;
  • Aposentadoria por invalidez;
  • Auxílio-doença;
  • Auxílio-acidente;
  • Salário-maternidade;
  • Pensão por morte para dependentes;
  • Auxílio-reclusão.

O tempo de contribuição também pode ser somado a outros períodos, como CLT ou MEI.

Como Realizar o Pagamento do INSS Sendo Autônomo?

O pagamento é feito por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que pode ser gerada:

  • Pelo site da Receita Federal;
  • Pelo portal ou aplicativo Meu INSS;
  • Por aplicativos bancários.

Passo a passo básico:

  1. Acesse o Meu INSS;
  2. Informe seu NIT, PIS ou CPF;
  3. Escolha o código de pagamento:
    • 1007: Contribuinte Individual (20%);
    • 1163: Contribuinte Individual Simplificado (11%);
    • 1473: MEI (5%);
  4. Informe a competência (mês de referência);
  5. Gere a guia e faça o pagamento.

Vale a Pena Contribuir?

Sim. Além de ser uma exigência legal, contribuições regulares protegem o profissional em casos de doença, incapacidade, maternidade, além de assegurar uma aposentadoria no futuro.

Deixar de pagar pode gerar dívidas elevadas, bloqueios de bens e restrições no CPF, além de perder a proteção da Previdência Social.

Conclusão

O recolhimento do INSS para trabalhadores autônomos é obrigatório e traz tanto deveres quanto direitos. Não recolher pode gerar multas pesadas, juros, inscrição na Dívida Ativa e comprometimento do seu patrimônio.

Por outro lado, contribuir garante segurança financeira, acesso aos benefícios previdenciários e tranquilidade no presente e no futuro.

Se você é autônomo e tem dúvidas sobre como calcular ou regularizar sua situação, busque apoio de um contador especializado. Assim, você mantém sua atividade legalizada, protegida e evita surpresas desagradáveis com a Receita Federal.

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Foto de Leonardo Granella

Escrito por: Cassio Malveiro

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